Um olhar e convite cristãos pra festa de "Cosme e Damião" (Ibeji)
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Um olhar e convite cristão, iluminados pelas Teologias da Sagrada Umbanda e do Candomblé Bantu, pra festa de "Cosme e Damião" (Ibeji)
Hoje é dia de Ibeji, sincretizado(s) com Cosme e Damião.
Dia de dançar sob bandeirinhas, comer bolo, chupar bala e pirulito, beber suco e refrigerante... também!
Mas principalmente, dia de lembrar crianças, inclusive as que moram escondidas nos cantinhos das pessoas que se consideram apenas adultas; dia de celebrar nascimento e vida; dia de lembrar que tudo que nasce e vive é filho/a adotiva da Mãe-Água-Doce; dia de saber que não se pode viver sem se permitir passar pela dor do processo de nascimento.
Dia de descobrir, principalmente, que não há nada que adulto pense fazer que as crianças não possam desfazer, e dia de celebrar que quando a gente permite que as crianças (todas, inclusive as nossas internas) desfaçam o que acreditamos já estar definido e fixo, experimentamos a dor do processo do nascimento, enquanto recebemos a dádiva do convite de viver vida nova, tal e qual criança eterna que sempre seremos... porquê a criança ainda não é adulta, mas em cada pessoa adulta sempre mora a força da criança, esperando o espaço e convite pra renascer e alterar tudo, numa grande alegria sob as muitas bandeirinhas penduradas ao longo do nosso fio de vida.
Então, amigo e amiga "cristã", seja cristã de verdade, lembre-se da obrigação de nascer de novo que nos foi ensinado pelo Deus que assumiu duas naturezas e quis nascer criança um dia, e permita-se tudo, menos o preconceito. Pega saquinho de "Cosme e Damião" sim! Vai em centro comer bolo sim! Celebre a vida sim!
Se são comidas consagradas a Ibeji? Sim, sem dúvida, e graças a Deus por isso!
Desde a época apostólica, e isto se reflete em parte da literatura paulina, nós cristãos somos chamados a fazer discernimento do que devemos fazer, do que é conveniente viver, inclusive na observância de regras de convivência com outras religiões, e também com o consumo de alimentos utilizados nas liturgias de outras religiões. Ora, se é possível compreender a Umbanda e o Candomblé, em certo sentido chancelado pelas próprias teologias internas das mesmas religiões como sistemas religioso monoteístas (e recomendo a leitura de "O Candomblé bem explicado" de Kiley et al sobre isto ou alguma outra obra mais introdutoria, além do clássico "A Filosofia Bantu" de Tempels), e se os orixás podem sem compreendidos como pujanças divinas e forças da natureza, comer comida consagrada a Ibeji e comer comidas consagradas à dádiva de (re)nascer e (re)viver. E quem não se sente, como pessoa cristã, convidada a nascer e renascer, viver e reviver? Se isto não briga em nada com sua consciência cristã (e com a minha não briga...)
Desfrute, aproveite! Coma com alegria, festeje todas as crianças e toda a energia da vida que se reinventa! Isto não significa, necessariamente, ser menos fiel a Deus...
Salve Ibeji! Ele é Dois!
Omi Ibeji! Bejí Eró!
Revdo Dr Julio Reis Simões
Comissão de Ecumenismo e Diálogo Interreligioso da Diocese Anglicana do Rio de Janeiro
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