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CONSCIÊNCIA NEGRA
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Dia 20 de novembro celebramos nacionalmente o Dia da Consciência Negra, que faz eco à memória do maior símbolo da resistência negra no país, Zumbi dos Palmares, assassinado em 20 de novembro de 1695. Todo ano, nessa data, dá-se início também à Campanha Internacional dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Um e outro fato guarda proximidade evidente, se considerarmos que as mulheres negras são as mais vulneráveis à violência contra as mulheres no Brasil.
Encontramos na Literatura Portuguesa uma personagem que nos faz entender a importância de celebrarmos a consciência negra.
É o negro Furunando, da tragicomédia Frágua d’Amor escrita em 1525 pelo dramaturgo Gil Vicente. Furunando pretendia namorar uma mulher branca, por isso resolveu entrar na Frágua para que fosse forjado conforme o seu gosto: “Faze-me branco rogo-te homem” (415), “Branco como ovo de galinha” (v. 441), “Faze-me os beiços delgados, te rogo” (419), “Faz o nariz mui delgado e formoso meu dedo” (v.444-445). Não obstante o corpo e os traços de sua fisionomia tenham se tornado brancos, Furunando deu-se conta que continuava falando a “fala de guiné”, um registro não culto do português que era falado pelos negros presentes no território português: “Se a mi negro falai / a mi branco para qué? / Se fala meu é negregado / e nam fala português / para qué mi martelado?” (v. 473-477). Diante do fato de haver se tornado um homem branco com vestígios de negritude, Furunando se desespera, porque a mulher branca lhe perguntará: “bai bai / tu sá home ó sá riabo?” e a mulher negra lhe dirá: ”sá chacorreiro”.
Através do drama de Furunando, entendemos o quão é preciso fortalecer a autoestima de toda a negritude e isso se alcança despertando a consciência da dignidade própria da pessoa negra. Não é admissível que ainda hoje haja negr@s que se violentem para caberem em paradigmas sociais que não reconhecem a beleza de nada relativo à negritude. A igreja cristã tem um papel muito importante a desempenhar nessa tarefa, recordando a filiação comum do gênero humano a Deus Pai/Mãe, bem como refletir sobre o quão somos precios@s diante de Deus, a ponto de sermos beneficiári@s da redenção de Jesus, indiscriminadamente. Podemos, inclusive, incluir os elementos da afro-descendência em nossas liturgias e nos integrarmos a atividades que favoreçam a equidade racial no Brasil.
Rev. Adriano Portela dos Santos, Diocese Anglicana do Recife.
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