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15 de outubro – Teresa de Ávila, Priora, Mística e Mestre na Fé, 1582
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Viveu seus primeiros anos em Ávila (Espanha), Teresa de Ahumada. Ainda criança aprendeu, com sua mãe, o gosto pela leitura. Cedo também despertou nela o desejo de sair, em romper com as convenções historicamente estabelecidas a respeito do lugar reservado às mulheres de sua classe: o matrimônio, o lar, a família.
Sua saída para o convento, ainda jovem, foi um abrir-se a possibilidade do mergulhar no Outro; nesse Amor que ardia em seu peito e a chamava à ventura. Mas, o convento era muito pouco para uma alma tão sedenta de absoluto. Por entre a suntuosidade, de banquetes e serviçais, e a rígida regra de mortificações da carne, com cilícios e chicotes, Teresa descobre o caminho da ‘perfeição’, o caminho da ‘reforma interior’ em Cristo. Um Cristo que é para ela um amado, que sorri e dança. Alguém que a faz gozar das delícias de sua Graça, mais que acima de tudo a ama a ponto de, acarinhando o coração de sua alma, arrebata-la em mística núpcia.
Engana-se, porém, quem pensa que tal mística viva de arroubos na alma. Não, sua vida interior é toda ela marcada pelo chamado ao mundo, para a sua reforma. E ela começa a partir de sua ordem, o Carmelo. Em vez da suntuosidade, os pés descalços; em vez de instrumentos de suplício da carne, um tambor (ainda hoje preservado!) para tocar com suas ‘palomas’ nas festas de Natal. Ela foi um espírito alegre, humilde e grato a Deus.
Teresa D’Ávila foi uma mulher que enfrentou com ímpeto e firmeza a furiosa oposição de nobres e autoridades eclesiásticas à sua reforma, assim como também foi inspiradora de outros místicos, com João da Cruz, e tantos artistas e poetas.
Ela morreu em 1582 tendo fundado dezessete conventos espalhados pela Espanha, nos deixando uma vasta obra como ‘Livro da Vida’, ‘Caminho de Perfeição’, ‘Moradas ou Castelo Interior’, ‘Livro das Fundações’, além de Poesias, Exclamações, e mais de 500 cartas.
[+] Informações: www.carmelitas.pt
Uma brevíssima nota sobre o meu poema verbo-visual TERESIANA, escrito em Recife, 1997.
O poema de minha autoria busca retratar os principais elementos da mística de Teresa D’Ávila, ao mesmo tento que ‘retrata’ em sua forma (uma lança) um episódio da vida da mística. Ela nos conta que viu certa vez um anjo que trazia consigo uma flecha, e que ele a atravessou o coração. Tal episódio, conhecido por “transverberação”, foi imortalizado em mármore pelo escultor Gian Lorenzo Bernini. No meu poema, o anjo e a mística se ocultam e fundem no vermelho, e as palavras ‘como setas de amor’ buscam tocar a alma de quem as lê.
Rev. Eduardo Henrique Alves, que assina artisticamente Ribeiro Halves
Secretário de Educação Teológica da Diocese Anglicana do Recife
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