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Eventos do CEA

Encontro de Convivência e Estudos, Postulantes Área II

encontro 12a14jul19Nos dias 12, 13 e 14 de Julho a área II, compreendida pelas Dioceses do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná reuniu-se na casa de Formação Sagrada Família, na cidade de São Paulo, os Aspirantes, Postulantes e Candidatos às Sagradas Ordens a fim de estudarmos juntos um pouco de Liturgia.

 

Na ocasião, guiados pela excelente assessoria do Reverendo Luiz Coelho, da DARJ, pudemos entrar em contato com o depósito teológico-litúrgico contido no LOC atual da IEAB, de 2015, do qual o Reverendo em questão é o atual Custódio.

Pudemos descobrir ou rememorar uma grande quantidade de informações, de maneira bastante condensada, e fomos guiados segundo o seguinte roteiro pelo assessor:

a) Breve histórico dos LOCs da IEAB em relação com os LOCs (ou Books of Common Prayer) da Igreja Episcopal dos EUA.

Foi explorado a questão do Uso de Sarum, bem como outros usos igualmente correntes na ilha da Grã-Bretanha, quando da redação e edição do primeiro livro de oração comum da Comunhão Anglicana, sob o rei Henrique VIII e o Arcebispo Cranmer, e pudemos observar a forte influência latina no livro original da Reforma patrocinada por este monarca. Como ponto principal, ficou a informação de que o Livro então editado foi o possível segundo a ordem política e religiosa da época, uma vez que Henrique VIII tinha forte apreço pelo rito latino.

Em seguida, fomos brindados com uma exposição sobre a sucessão histórica dos Livros de 1552, ainda sob Cranmer mas já sob Eduardo Tudor; passando pelo primeiro LOC “Elisabetano”, de data incerta, e chegando ao LOC da Restauração de 1662. Estudamos o forte caráter calvinista do LOC de 1552 e o forte caráter conciliatório do LOC de 1662.

Aprofundando-nos sobre a linhagem “escocesa”  de LOCs,  nos foi exposta a tentativa de re-latinização do LOC Laud, sob a dinastia Stuart, que foi adotado pela Scottish Episcopal Church (Igreja Episcopal Escocesa) em 1631; do qual derivou o LOC da PECUSA (Protestant Episcopal Church of the United States of America ou Igreja Protestante dos Estados Unidos da América) quando da independência dos EUA no século XVIII, trazido pelos missionários estadunidenses ao Brasil no início do trabalho missionário da igreja episcopal, tendo sua primeira tradução para o português no ano de 1891. Soubemos, assim, que ao lado do  LOC utilizado nas capelanias anglicanas (ou inglesas) do Brasil, que é até hoje o de 1662, passou a ser utilizado em nosso território nacional e muito especificamente na igreja episcopal que começou a se formar como Igreja Episcopal do Brasil (posteriormente Igreja Episcopal Anglicana do Brasil) um LOC de tradição (ou linhagem teológico-litúrgica) escocesa e estadunidense.

Ora, se o modelo de uso de LOCs na Inglaterra é o de manutenção do livro de 1662 e adaptações para uso alternativo (os “Alternative Service Books”) até a data de hoje, a compreensão estadunidense é de recomposição de LOCs, e substituição dos antigos pelos novos.

Segundo este espírito, quando o LOC da Episcopal Church of United States of America (a Igreja Episcopal dos Estados Unidos da América, que é a PECUSA com o nome reformado ou modernizado) foi recomposto em 1928, entrou no Brasil em uso uma tradução, em 1950, em substituição à tradução de 1891, e posteriormente, no ano de 1985 foi composto pela primeira vez no Brasil, já nesta época uma igreja independente (ou “província”) da e na Comunhão de Cantuária, o primeiro LOC nacional, em uso até o ano de 2015, quando nos foi dado o atual LOC.

Notamos, assim, que descendemos liturgicamente principalmente da linhagem escocesa e estadunidense da Comunhão Anglicana, embora evidentemente muitos outros traços e nuances tenhamos herdado das capelanias que aqui já existiam quando do início do trabalho missionário.

Em comum entre todos estes LOCs, nos foi enumerado a presença de Ofícios Diários, a existência de um Lecionário, o Minimalismo Rubrical, um Calendário do Ano Cristão e formas escritas suficientes para as práticas dos Sacramentos.

b) História do Movimento Litúrgico

Num segundo momento, fomos convidados a refletir no Movimento Litúrgico, que atingiu todas as igrejas ocidentais, como uma espécie de reação, no que tange a Comunhão Anglicana, à elitização da igreja segundo ideais elisabetanos, até mesmo no que diz respeito a espaço físico, com a reserva de espaços principais e bancos para os ricos da época.

Também foi apontado que o Movimento Metodista, que tentou quebrar este paradigma de elitização, não foi absorvido pela igreja institucional e se tornou numa Reforma ou Cisão de cunho principalmente popular.

Já o Movimento de Oxford, na esteira do Movimento Litúrgico, e talvez como expressão contemporânea ou local deste, logrou restaurar o senso católico da igreja, a partir da descoberta de textos antigos em vários cantões do império britânico então existente, como por exemplo os diários de Egéria.

Restaurou-se uma noção de Forma Litúrgica, que seria um modelo geral de estrutura ritual celebrativa em todo o ocidente e parte do oriente cristão dos primeiros séculos.

O Movimento de Oxford quis, assim, restaurar a igreja a uma época pré século XIX, e talvez até mesmo anterior, rompendo com a elitização elisabetana mas também com a secura do LOC de 1552, acima citado.

Num quadro mais geral, o Movimento Litúrgico, que atingiu principalmente e também a igreja romana, e teve seu ponto de chegada nesta instituição no Concílio Vaticano II, no qual vários teólogos e clérigos da Comunhão Anglicana participaram como observadores e contribuíram com o seu direito a voz (evidentemente não tinham o direito de voto por ser um concílio interno da Igreja Católica Apostólica Romana) nos esquemas iniciais da Constituição Sacrossanctum Concilium, que é de fato um marco na História da Liturgia enquanto disciplina teológica pelo fato de ter restaurado vários ritos antigos e inclusive a noção ministerial tripartide (Bispos, Presbíteros, Diáconos) nos ritos dela decorrentes para ordenações na ICAR; modelo mantido desde antes da Reforma Protestante e Reforma Tridentina por várias igrejas, inclusive aquelas em Comunhão com Cantuária.

À parte da influência anglicana sobre a SC, é necessário pontuar que houve também, por força da Reforma Litúrgica romana, influência sobre a composição de LOCs anglicanos posteriores ao Vaticano II.

c) As composições do LOC de 1985 e 2015.

Nos foi ensinado que o LOC de 1985 foi o primeiro LOC tecido segundo um ideal propriamente brasileiro e o segundo um ideal do Movimento Litúrgico, e que em 2010 havia a ideia de que um novo LOC poderia ser apenas o ajuntamento do LOC de 1985 com outros ritos suplementares que vinham sendo usados em diversas igrejas e dioceses do Brasil.

Ao contrário disto, o LOC de 2015 suprimiu rubricas limitantes daquele de 1985 e adicionou variantes litúrgicas interessantes para a celebração da Santa Eucaristia, passando a permitir equivalências dinâmicas que as comunidades já faziam em sua prática comum, como por exemplo a substituição do Kyrie Eleison por qualquer canto penitencial ou do Gloria por Hinos de Louvor.

Ao permitir isto em suas rubricas houve o cuidado e intenção pastoral de pacificar a prática existente com o rito oficial da igreja.

Alterou-se outros pontos segundo preocupações semióticas, como a diagramação em cores, a supressão de excesso de variantes no decorrer do rito (como era o LOC de 1985 nos Ofícios Diários por exemplo) e a colocação de várias rubricas no início dos ritos, como introdução ou instrução geral.

Houve padronização de responsos, visando a memorização dos mesmos, e substituição do termo “celebrante” por “presidente”, para indicar o fato celebrativo de toda a comunidade. Além disto, o Rito de Casamento foi colocado em forma de gênero neutra, além de se buscar fazer a redação segundo um ideal de inclusão genérica.

No que diz respeito ao calendário, foi adicionado o Corpus Christi e outras festas menores, além de revisão das grafias do Pai Nosso e do Credo de Nicéia.

Por fim, se explorou a noção escocesa de substituição de LOCs, herdada pelos EUA e pelo Brasil, usando-se a justificativa de questionamento do texto. Segundo esta lógica, usada para a elaboração e provisão do LOC de 2015, sempre que um texto passa a ser questionado ao ponto de sua plena utilização pertinente ser questionada ao mesmo passo, o ideal é a substituição dos textos existentes.

Foi feito um “tour” pelo LOC atual, explorando-se minúcias do mesmo, como por exemplo a não explicitação de cores litúrgicas como obrigatórias, as celebrações aprovisionadas para a Semana Santa, o Santoral etc.

d) Espaço celebrativo e criatividade

O último eixo de conteúdo explorado foi o de organização do espaço celebrativo. Nos foi apresentada uma série de “plantas” de edifícios tradicionalmente utilizados para o culto, como as igrejas casa, as basílicas, os mausoléus etc.

Sobre cada uma delas, o assessor nos elucidou a respeito de variações que existiam no que dizia respeito a colocação de elementos rituais, como a mesa do Altar, o púlpito, a cadeira presidencial etc.

Fomos convidados a imaginar outros esquemas arquitetônicos-decorativos para a execução dos ritos, com a adoção das possibilidades de mesas móveis, pias móveis etc.

Nos foi dada a oportunidade de imaginar, também, possíveis arranjos de enfeites segundo as Quadras ou Festas, além de variações de mobiliário e seleção de acessórios como velas, turíbulos, credência etc.

Cada uma destas variações era verificada como e se possível segundo as orientações do LOC e suas rubricas, a fim de que se apreendesse a noção de que é possível inovar o uso litúrgico sem contudo ferir a noção de unidade dada pela “uniformidade” de rito; já que o uso do rito é diferente do rito em si mesmo, sendo este apenas um texto e aquele a interpretação do mesmo enquanto performance.

Por fim, nos foi reforçada a óbvia recomendação de que tudo que se pense em fazer deva ser levado ao bispo ou ordinário local a fim de que não hajam excessos ou desavenças desnecessárias.

 

Após o estudo do excelente conteúdo relatado acima, tivemos uma celebração eucarística presidida pelo assessor e assistida pela diaconisa Volnice, que também participou desta formação.

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