Dia Internacional contra a Discriminação Racial
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Há 59 anos, em 21 de março de 1960, em Joanesburgo, África do Sul, durante o regime de segregação racial conhecido como apartheid, cerca de 20 mil pessoas faziam um pacífico protesto contra a Lei do Passe, que obrigava pessoas negras a andarem com um documento que limitava o direito de ir e vir. Mesmo sendo pacífico, a polícia abriu fogo contra a multidão e 69 pessoas foram mortas e 186 ficaram feridas.
Em 1963, as Nações Unidas, em sua 18ª assembleia geral, emitiu a Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, na qual afirma, em seu primeiro artigo, o conceito de “Discriminação Racial” como sendo: “qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública".
Hoje, 21 de março de 2019, completa-se cinco anos da minha banca de defesa da tese de doutorado em Teologia, pela Faculdade EST/São Leopoldo-RS, intitulada “Elementos teopedagógicos afrocentrados para superação da violência de gênero contra as mulheres negras: diálogo com a comunidade-terreiro Ilè Àse Yemojá Omi Olodò e "o acolhimento que alimenta a ancestralidade". Data intencionalmente escolhida para afirmar a luta dos movimentos negros e dos movimentos feministas negros para a superação do racismo (discriminação racial, violência racial) que insiste em negar a humanidade das pessoas negras.
No último Sínodo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), a assembleia reunida decidiu assumir a Década de Afrodescendentes (2015-2024) como pauta prioritária. Como decorrência, a Diocese Meridional, com sede em Porto Alegre/RS, passa a implementar o Projeto Abraço Negro, um projeto pastoral afro (sob a coordenação da Revda. Lilian Conceição da Silva e do Seminarista Antonio Amaro do Nascimento Filho) que promoverá sensibilização e capacitação de lideranças das comunidades anglicanas da capital para a promoção de ações de enfrentamento ao racismo e de valorização do respeito à diversidade religiosa.
O Projeto Abraço Negro terá início na Paróquia do Redentor, no bairro Cidade Baixa, em conjunto com a Catedral da Santíssima Trindade (centro) e as Paróquias da Ressurreição (bairro Cristo Redentor) e Paróquia da Ascensão (bairro Teresópolis), buscará parcerias com os movimentos negros e movimentos feministas negros locais, bem como com lideranças de tradições de matrizes africanas e afro-brasileiras.
Com a data de hoje damos início a uma AGENDA POSITIVA DA NEGRITUDE NA IEAB.
Revda. Dra. Lilian Conceição da Silva
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