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O Perigo de ser pessoa idosa, indígena, mulher e jovem no Brasil.
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Envelhecer é um privilégio. Somente envelhece quem está viva. Essa obviedade precisa ser dita e redita até que cada qual tenha consciência de que esse privilégio implica uma responsabilidade singular de ser vez e voz para uma das maiores experiências da vida: o envelhecimento.
Para a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, o mês de agosto é tempo especial para afirmarmos a valorização das pessoas idosas. Sobretudo quando vivemos tempos nos quais envelhecer se tornou perigoso. A dura realidade do aumento da violência contra pessoas idosas nos deve alarmar e nos implicar diretamente, como pequena parcela da Igreja de Jesus Cristo.
Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, “Em 2017, o Ministério dos Direitos Humanos contabilizou mais de 33 mil denúncias de abusos e agressões contra idosos.”
A sociedade brasileira tem vivido um processo célere de profundo descaso e desrespeito às pessoas idosas, ao ponto de necessitar do Estatuto do Idoso , regramento legal que assegure os direitos das pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
No dia 07 de agosto o Brasil celebrou doze anos da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006). E nós da IEAB, através do Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento (SADD), celebramos cinco anos da publicação da Cartilha de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres , que tem sido importante instrumento de sensibilização para que aprendamos a METER A COLHER NA BRIGA DE HOMEM E MULHER.
No dia 09 de agosto, a ONU celebrou o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Para muitos povos indígenas as pessoas idosas cumprem o importante papel social de assegurar, através da oralidade, a transmissão dos costumes, dos rituais, dos mitos e da sabedoria ancestral herdada que passa a ser herança para as gerações futuras.
Temos aí um desafio e tanto: voltarmos nossa atenção às populações indígenas que têm sido dizimadas ao longo dos séculos e, mais ainda recorrentemente, violadas em seu direito mais fundamental: o direito à vida. Fortaleçamos nossas pastorais indigenistas em nossas dioceses.
Também em agosto, no dia 12, a mesma ONU celebrou o Dia Internacional da Juventude. Essa data nos deve remeter a fatos cotidianos que denunciam que ser jovem é também fazer parte do grande grupo de risco. No Brasil, vemos nessa categoria a quarta categoria de vulnerabilidade à violência. E a vulnerabilidade se intensifica quando a ela agregamos as categorias “desigualdade social” e “raça”, que intensificam a violência contra a juventude negra, cujo genocídio tem acontecido a olhos nus nas muitas cidades brasileiras.
Se jovem mulher negra, a dura realidade gritam feminicídio e morte materna de maneira recorrente e assustadora. Vemos na interseccionalidade geração-gênero-raça-classe a intensificação das discriminações e das violências que levam à morte.
Se ser pessoa idosa, indígena, mulher, jovem, jovem negro e jovem mulher negra no Brasil é correr riscos diariamente de ser mais um número na estatístico das vítimas dessas violências; nós, enquanto Igreja, não podemos banalizar e menos ainda aceitar essa realidade; pois o Evangelho de Jesus nos cobra que assumamos nossa parte. E como cristãs anglicanas e cristãos anglicanos, devemos enegrecer e corporificar em nossas práticas, uma das 5 marcas da missão, “enfrentamento as injustiças, a opressão e a violência”, à medida que:
- Intensificarmos nossas ações voltadas ao enfrentamento dessas realidades (onde elas existem);
- Criarmos pastorais específicas nas dioceses e distrito missionário em nossa IEAB (onde não existem);
- Somarmo-nos às ações realizadas por outras e outros agentes sociais (de outras igrejas e/ou tradições religiosas, ou ainda organizações sociais não religiosas e organismos governamentais);
Revda. Dra. Lilian Conceição da Silva
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Ver mais em: <https://nacoesunidas.org/fundo-de-populacao-da-onu-alerta-para-violencia-contra-idosos-no-brasil/>.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm>.
Disponível em: <http://www.ieab.org.br/sad/biblioteca/cartilha-de-preven%C3%A7%C3%A3o-e-enfrentamento-viol%C3%AAncia-dom%C3%A9stica-contra-mulheres>.
Ver Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência. Disponível em: <file:///C:/Users/Positivo/Downloads/SNJ_indicedevulnerabilidade_2017.pdf>.
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