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São Matias, Apóstolo
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Matias, Apóstolo, foi alçado a esta posição por sorte.
Segundo o livro de Atos dos Apóstolos, havia alguns candidatos para substituto de Judas entre os Doze, e tendo os Onze lançado a sorte, a mesma caiu sobre Matias.
Você já se perguntou o que aconteceu com os outros candidatos ao prestigioso cargo de “Um dos Doze?”
Na verdade, a leitura atenta do Novo Testamento “desmonta” este número, 12. O Evangelho de João, por exemplo, conta 9 apóstolos, dentre eles Natanael, que não é mencionado nas listagens do Evangelhos Sinópticos.
É o livro de Atos dos Apóstolos que parece unificar esta contagem e listagem (que exclui Natanael, passando este a ser identificado com Bartolomeu, um dos que João não contabiliza) e justamente Matias como substituto de Judas.
Bem, afinal quantos eram os apóstolos? 9, 12, 13, 72 (como listam algumas igrejas ortodoxas)?
Eram todos os seguidores de Jesus...
A definição teológica de “geração apostólica” é a de pessoas que foram chamadas diretamente por Jesus para seu seguimento e que o viram após a ressurreição. Portanto, Alfeu, citado em Lucas, também atende esta definição, por exemplo.
Ou muitas outras pessoas do Novo Testamento, como Maria Madalena...
A sorte lançada sobre Matias para que este pudesse integrar o número dos 12 Apóstolos tem mais a ver com a simbologia do número 12, que remete às Doze Tribos de Israel, num momento histórico em que a igreja estava organizada em torno de Jerusalém, que com o real numero de Apóstolos e Apóstolas.
De todos os Apóstolos e Apóstolas, havia 12 que ocupavam posições de proeminência simbólica na comunidade, para que a Igreja não se esquecesse que era a continuidade da escolha eterna de Deus por Israel, agora expandida a todos os povos, e não uma ruptura.
Por isto foi lançada a sorte: todas aquelas pessoas que eram “candidatas” ao cargo eram igualmente dignas, e tanto fazia quem fosse. Deu Matias!
Esta leitura nos desafia a percebermos o ministério ordenado, clerical, diaconal, presbiteral, pastoral, episcopal na igreja...será que há quem “mereça” mais que outras pessoas a “posição” de clériga ou clérigo, e por isto Deus “escolheu” essa pessoa? Ou será que são as circunstâncias pessoais e coletivas que determinam que algumas pessoas assumam esta posição entre nós?
Afinal de contas, no caso de Matias foi pura (e mera) sorte...
Será que muitos de nossos clérigos não estão se achando mais importantes que algum dos Doze?
Todos somos apóstolos e apóstolas, todos “vimos o Senhor” e “fomos convidados e convidadas pessoalmente por Ele”. Como e quando se deu essa visão e se ouviu este convite, é cada pessoa que deve discernir.
Avante, Povo de Deus, Igreja de Cristo: somos pessoas apostólicas, afinal!
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