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Mensagem de Natal - Centro de Estudos Anglicanos

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Categoria: Informativo

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NÃO TENHAM MEDO

Não tenha medo Maria,
você encontrou graça diante de Deus (Lc 1:30)

Natal, tempo de acolhida e de celebrarmos a encarnação do Filho de Deus.

Este ano não foi um ano fácil para falarmos e, principalmente, colocarmos em prática o projeto de Deus encarnado em Jesus. Foi um ano de muitas intolerâncias: religiosa, política, patriarcal, racial, xenofóbica, homofôbica, transfóbica, de violências domésticas e de muitas outras formas. Ano em que, simplesmente por falarmos da prática de Jesus, acolhida, justiça ou direitos, já foi motivo de sermos agredidas como pessoas subversivas e baderneiras...

O rei continua procurando o menino para matá-lo... É preciso resistir, é preciso resistência...

Para quem Crê na encarnação, manifestação do Filho de Deus, a cada Natal é esperança reacendida e, com ela, surgem novas possibilidades de recomeçarmos tudo novamente.

Não vamos ter medo, vamos aprender de Maria a superar os medos e desafiar os sistemas de morte e recomeçar!
Façamos isso através do Diálogo entre nós, da Compreensão, da Espiritualidade, da Resiliência, da Persistência e da Escuta. Assim seremos capazes de construir juntas/os a nova sociedade.

Que neste Natal, possamos ganhar novas energias do menino de Belém! Que floresça nas comunidades que crêem em Jesus, Deus encarnado na humanidade, novos recomeços com energias renovadas, não só para a noite de Natal, mas para todo o ano de 2020.

Ele é a Eterna Criança, o Deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.

É por isso que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
É a criança tão humana que é divina.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro.

Mas vivemos juntos os dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.

Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro de tua casa.
Despe meu ser cansado e humano

E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.

E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Fernando Pessoa,