Informativo CEA

Encontro de Lideranças Área II (17 – 19 de Maio 2019)

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Lideranças no Movimento de Jesus e Lideranças Hoje

Existem muitas pessoas em nossas Igrejas que não entendem muito bem o significado de liderança compartilhada. Em primeiro lugar, é importante compreender que Liderança pode ser entendida de diversas formas e ângulos, principalmente diante dos desafios que temos hoje na sociedade na qual nossa Igreja se encontra. “Tudo tem seu início, e este se deu quando Jesus chamou alguns homens e mulheres, e os convidou a segui-lo. Ele não demonstrou se preocupar com projetos especiais para alcançar grandes plateias, mas seu foco estava em pessoas a quem as multidões deveriam seguir. Jesus começou a reunir um grupo seleto de homens e mulheres antes de se tornar conhecido do grande público” (Turquete, 2016). Em (Mateus 10:2-4, Marcos 3:16-19;15: 40-41 e Lucas 6:13-16 narram como começou a escolha dos que o seguiriam. Dentre esses 12, ora chamados de discípulos, ora chamados de apóstolos, estavam pescadores, um coletor de impostos, um revolucionário, até mesmo um traidor. Entre eles, estavam elas também, as mulheres.

Os Evangelhos registram as constantes falhas, dificuldades e dúvidas que afligiam esse grupo que seguia à Jesus. Jesus, com seu jeito acolhedor, encorajador e animador os tranquiliza para que possam segui-lo sem medo. Dispersou as principais dúvidas que faziam os discípulos e as discípulas, ficarem com medo de aceitar o chamado. Hoje, podemos considerar esses medos e dúvidas como falta de preparação e formação para cumprir a Missão que nos foi dada por Cristo. Teve início o processo de formação realizado entre os dias 17 a 19 de maio de 2019, onde tivemos a oportunidade como Área Provincial II (DAPAR, DASP e DARJ), estarmos juntos, na casa Sagrado Coração, localizado no bairro Jardim São Bernardo. Também conhecida como Vila Santa Cabrini. Para estudarmos o tema: “Lideranças no Movimento de Jesus e Lideranças na Missão Hoje” – “Comunidades Primitivas e Comunidades Hoje”. O evento contou com a coordenação das reverendas Carmen Kawano e Lucia Dal Pont, juntamente com a orientação e condução da formação do Paulo Ueti (Paulinho para os amigos). Na oportunidade aprendemos sobre o movimento de Jesus nas comunidades, e as respostas das comunidades ao chamado para fazerem parte desse “Movimento de Jesus”.

O termo “movimento de Jesus” (MJ) se estabeleceu na pesquisa bíblica principalmente a partir de impulsos oriundos da sociologia e da antropologia cultural. O conceito (do termo) expressa um movimento religioso no judaísmo, que tinha como referência central a pessoa de Jesus de Nazaré e a proclamação da soberania de Deus. Ainda que possa ser distinguido de outros movimentos ou grupos judaicos, a atividade do MJ não estava em contraposição ao judaísmo. Jesus não se entendeu como fundador de uma nova religião. A separação do judaísmo e o desenvolvimento do cristianismo tiveram sua origem em acontecimentos pós-pascais. (Voigt, 2014).

Como grupo em processo de formação fomos provocados a nos reconhecermos como homens e mulheres “líderes”, e ao mesmo tempo como formadores de “liderança” para a missão de Jesus. “A liberdade e os direitos de cada pessoa são a tônica do pensamento de nossa sociedade contemporânea. Em tempos de neoliberalismo se compreende perfeitamente bem o acontecimento de tal fenômeno” (Manzatto Antonio, Fronteiras – revista de teologia da UNICAP, p. 3).

Esse evento de formação ficou entendido como um primeiro passo, pois vimos que ainda temos um longo caminho a percorrer, aprender com este movimento, e como
aplicar. Para que desta forma possamos nos movimentar de forma eficiente e produtiva no contexto das nossas comunidades/paroquiais na área 2. Também ficou claro que um processo de formação continuada tem muito a oferecer seguindo este modelo de “Movimento de Jesus” para dentro e fora das comunidades. Podendo inclusive usar do método de Paulo Freire na alfabetização, que é dividido em três etapas. A primeira etapa, de investigação, onde são formados “líderes” para as comunidades, para que junto da comunidade local busquem no “Movimento de Jesus”, o universo da palavra de Deus e na sociedade onde ela surgiu. As palavras e temas centrais das histórias bíblicas. Na segunda etapa, a de tematização, os líderes codificam e decodificam esses textos bíblicos buscando o seu significado social/cultural e atual tomando assim consciência do mundo em que se deu aquele texto, e como ele pode ser aplicado nos dias de hoje. Finalmente, na etapa de problematização os líderes buscam superar uma primeira visão apenas mística, por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido. Usando a metodologia do Ver a Realidade, analisar a realidade a Luz da Palavra de Deus e Transformar a Realidade a partir desta análise, e finalmente celebrar a vida em transformação!

Pelo Grupo de Formação, Tiago – DARJ
Revda Lucia Dal Pont